Confissões Muito Íntimas (3,8)
(Intimate strangers - FRA - 104min - 2004)
Nem só de nome é feito o filme. É isso que acontece com o diretor Patrice Leconte.
Este é um bom filme baseado num roteiro até bem original: uma mulher com problemas com o marido resolve procurar um psicanalista mas confunde a porta do médico com a de um corretor fiscal. Ele não revela a ela que não é o que ela pensa e começa a se interessar pelo seu relato. Ela acaba descobrindo mas mesmo assim mantém a relação porque lhe faz bem. Ele, por outro lado, passa ver o psicanalista, o da porta certa, por causa dela. Tudo complica quando o marido dela descobre e imagina que ela está tendo um caso com o psicanalista, que não é um psicanalista. Trata com humor os mistérios da mente e das relações humanas.
É um filme divertido, inteligentíssimo, principalmente nos diálogos rápidos. Sagaz e engraçado.
Mas é exatamente a direção que peca em alguns pontos, como por exemplo deixa o filme perder o pique do meio para o final e tenta corrigir com uma trilha sonora de suspense, suspensão que não há no filme.
A edição tem uns erros grotescos como falta de corte de claquete digital, que chega a aparecer por alguns milissegundos. Não só por isso a direção em geral não é boa, com câmeras na mão tenta jogar o espectador pra dentro da história quando não precisa, quando os atores (muito bons, aliás) poderiam fazer o trabalho por si. Isso acaba deixando o filme um pouco forçado. Os enquadramentos seguem a mesma linha de desinteresse.
É um filme com um tema interessante, um enredo incomum, mas que não foi bem tratado pelo diretor. Está longe de ser um filme ruim. Destaque para as atuações tanto de Fabrice Luchini (o "psiquiatra") quanto de Sandrine Bonnaire (a mulher).
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