terça-feira, 25 de janeiro de 2005

Dias de férias

Ah, que maravilha estar de férias... Poder ver quantos filmes quiser, ler, ter tempo de pensar no que fazer!

Mas... (e tudo tem um "mas") depois de uma simples mas divertida festa de uma amiga no CRUSP, tive algumas complicações gastro-intestinais que quase minaram as minhas forças e, portanto, meus planos para as férias na praia de Bertioga.

Ainda ruim, fui pra lá, diarréia, náuseas, febre... Mal mesmo. Passamos dois dias (eu e a famosa namorada) com minha família lá no falado camping que eu ainda não conhecia. Apesar de tudo isso e da chuva, foi legal. Andar bastante pela praia, tomar açaí com os irmãos, falar bobagem, rir, tocar com o Leonardo, etc.

Agora estou melhor. A Nati ainda ficou ruim depois de mim, com direito a visita ao PS de lá - como eu, aliás, que fiquei com a veia estourada depois de passar pelas maãos de uma enfermeira feia e incompetente mas simpática... Mas tudo bem agora.

Ainda tenho um restinho de férias pra curtir e descansar. Até começar tudo de novo. (Não vou pensar nisso...

...

...

droga!)

domingo, 9 de janeiro de 2005

Pra não falar que não postei nada...


Natal
(Raphael Aguirra

Diante de minha melancolia
Um anjo desceu dos céus
Falou por voz tétrica:
"Pecarás!"

Olhei cego o caos pontiagudo da caverna.
Dentro, o berço cheio de esperanças,
o choro anual
avisa o júbilo bobo:
"Em uma semana ao pó retornarás!"

sábado, 1 de janeiro de 2005

Nossa festa, nossa comida

Ultimamente não me lembro de ter uma festa de Natal que eu realmente tenha gostado. Quando criança não, era bem diferente. Costumava ser na casa da minha avó e minha tia fazia empadas sem recheio e se vestia de Papai Noel, identidade que logo desmascarei. Era uma época da comida boa e muita, época da aguardada entrega de presentes, de felicidades, abraços e confraternização.

De uns tempos pra cá, tudo foi mudando. Minha visão da festa foi mudando. Passei a enxergar injustiças, crises, a desenvolver senso crítico e achar motivos para não se comemorar. "É uma época para perdoar, para esquecer as diferenças", nos bombardeiam os filmes, músicas e pessoas próximas. Pra mim era só uma época em que já tiveramos muito o que se comemorar mas que não passava de pura tradição sem sentido, que foi conservada, mesmo que seu real intento não fosse mais aplicado no nosso dia-a-dia. A época de paz, de solidariedade agora tinha data marcada. E vinha com a asia da hipocrisia materializada na comida.

Muito disso ainda hoje vejo assim. Mas neste ano algo realmente mudou pra mim. O que é diferente esse ano é que estamos crescendo. Eu, na faculdade e trabalhando, meu irmão saiu do trabalho pra estudar integralmente pro vestibular, e minha irmã, além de encarar o vestibular pela primeira vez pra valer, também teve seu dia de "população economicamente ativa" também pela primeira vez, trabalhando numa loja de shopping. Todos estão crescendo. E isso se refletiu no dia 24, com os preparativos para a comilança anual. Pode parecer bobagem, mas isso diz muita coisa da nossa relação.

Todos os quatro temos agendas tão distantes e distintas que é raro nos encontrarmos para uma refeição. Desta vez, não só estávamos juntos para a refeição, como estivemos na cozinha ao mesmo tempo, cantando, provando e fazendo piadinhas que fazem minha mãe chorar de rir. Cada um dando o seu toque pessoal àquela comida toda e isso é mais festa pra mim do que a entrega de presentes.

Uma discussão recente com meu pai me fez ver que de fato eu sou o membro que é mais distante da família. Mas foi muito divertido ter cozinhado com meus irmãos para receber meu tio, minha avó e minha tia, que não se vestiu de Papai Noel, mas cujas empadas ficaram por conta de terceiros (e nossos estômagos agradecem).

Fizemos uma festa nossa, com uma comida nossa, com a nossa cara, com nossas emoções, frustrações, esperanças e união. A asia do dia seguinte ainda segue inevitável, mas desta vez foi pela quantidade, não pela qualidade da nossa festa.