terça-feira, 17 de junho de 2008

Narciso literário

Ajudando uma amiga num trabalho de faculdade, respondi umas perguntas relacionadas à educação de literatura. Gostei tanto do assunto e das minhas respostas que resolvi publicá-las no meu momento narciso.


1)Como você idealiza sua função como professor de literatura?


Idealizo como um ser que é capaz de fazer com que alunos que não sabem e não gostem do assunto não somente aprendam, mas sintam-se motivados a ler e conhecer mais da literatura, ao menos do país em que vivemos.


2)Como vc concebe a elaboração de um currículo ideal para o aprendizado de
literatura, tendo em vista os conhecimentos adquiridos durante o período de
sua formação acadêmica?


Com base nos conhecimentos da universidade, penso num currículo ideal composto primeiro pela importância dos movimentos na criação literária, ao invés de ir estudando-os cronologicamente. Claro que também é necessário adequar o conteúdo ao grau de compreensão do aluno. Mas acredito que o correto seria começar brevemente pelo Trovadorismo, depois dar ênfase ao Romantismo (influenciado diretamente por aquele), ênfase no Realismo, brevemente pelo Parnasianismo, Simbolismo e Pre-Modernismo. A maior ênfase seria dada no Modernismo, já com alunos mais velhos, para que esses percebam que a literatura vai além do papel e pode ser uma atitude. Acho importante que a cada movimento literário seja situado para o aluno em que período que se está, para que ele possa ter a visão do todo dos movimentos.


3) Pensando na diversidade cultural existente no mundo de hoje, como conciliar
o estudo de literatura com as diversas visões culturais presentes na sala de
aula?

É necessário mostrar para o aluno que não existe uma só "cultura literária", mas muitas. Não existe uma central, ou dominante. Como diria uma frase célebre pintada na Praça do Relógio da USP, "no universo da cultura, o centro está em toda parte". A diversidade cultural é necessária e deve ser mostrada e valorizada para o aluno. Claro que se deve informá-lo que existe uma certa classe, dominante, que vai cobrar dele o conhecimento do que essa classe considera ser uma literatura também dominante; mas da mesma forma ele deve saber que esse conceito não é adequado ao mundo plural em que vivemos hoje.