Casa Vazia (4,8)
(Bin-jip - SKOR/JAP - 95min - 2004)
      É o tipo de história que pode-se enxergar muitas dentro dela.
      Primordialmente é uma história de amor. O seu enredo é muito interessante: um rapaz entra nas casas de pessoas que estão viajando, faz comida, passa um final de semana e, em troca, lava as roupas do morador à mão e conserta tudo que tem de quebrado ou errado na casa. Numa dessas investidas, ele entra em um domicílio que ele pensa estar vazio. Lá, há uma mulher que acabou de ser agredida pelo marido, mas este não está. Ao retorno do marido, o invasor se enfurece e intercede. Ela então foge com o recente amigo e passam a fazer a dois o que antes ele fazia sozinho: entrar em casas vazias.
      A inserção dela nas atitudes dele provoca alguns sorrisos, como quando ela passa a ficar a seu lado nas fotos que ele tira de si mesmo junto com algum objeto da casa invadida.
      É um filme saboroso e simples no que conta, mas muito complexo no que quer dizer. E como é típico no cinema oriental, diz muito falando pouco. Quase não há falas, mas tem uma estética visual linda. A fotografia é muito bonita e as cores na pós-produção são um primor. É de encher os olhos.
      A atuação do casal principal é instigante, captando o espectador pra dentro da história deles. Destaque para a expressividade do olhar de Hee Jae, o invasor, em quem incide o ponto de vista principal.
      O roteiro é genial, inteligentíssimo. E, por meio desse enredo simples e diferente, diz muito sobre o nosso mundo. Para melhor explicar a sua intenção como diretor e roteirista - bastante promissor, aliás -, Kim Ki-duk fecha o filme com uma frase ótima antes dos créditos: "É difícil dizer se vivemos num mundo de ilusão ou realidade".
      Diferente, interessante, divertido e muito, muito lindo.
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