A Vida É Um Milagre (4,4)
(Zivot Je Cudo – IUG/FRA – 2004 – 155min)
      Emir Kusturica é tão famoso diretor quanto compositor musical. Seu mais recente filme trata novamente de questões políticas, já que ele vive num país tão conturbado como a Iugoslávia.
      A história, como o filme, é extensa, mas não complexa: jovem e promissor jogador de futebol é enviado à guerra da Iugoslávia e sua família se desestrutura – a mãe excêntrica vai ficando louca de vez e foge de casa com um músico na festa de despedida de seu filho, o pai, engenheiro que passa a vida planejando a finalização da pequena ferrovia que passa pela Bósnia e pela Hungria, fica só em casa. Aí mora o problema. A casa, à beira da ferrovia, fica no caminho de um país a outro. Tempos depois, o pai recebe a notícia que seu filho foi tomado como prisioneiro em mãos inimigas. É trazida a sua casa, então, uma bela "inimiga", que servirá de refém para a futura negociação. A partir da relação etre estes dois Kusturica traça um bonito perfil da relação humana, discutindo a razão da guerra de maneira leve e divertida, mas recheada de metáforas valiosas, como a do burro, que empaca na linha do trem por querer se matar já que tem um amor impossível. Muitas lições podem ser extraídas, inclusive da trilha sonora, especialidade da casa.
      Uma obra comovente, que não tem uma missão de paz, mas sim a esperança de fazer ver o que diz seu título.
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