Herança (1,9)
(Arven – Dinamarca/Suécia/Noruega/Inglaterra – 2003 – 115min )
      Quando começa fraco, significa que vai ser bom. Assim começou, pra mim, a Mostra.
      Herança é um filme dinamarquês que quase não tem atrativos, fora o fato de ser dinamarquês.
      Um gerente de restaurante casado com uma simpática atriz e esposa dedicada herda uma metalúrgica do pai, que se enforcou. O filho é convocado pela mãe para assumir a direção da companhia e encontra uma crise financeira que o força a demitir funcionários antigos e a vender parte da empresa. Dedicando-se muito ao emprego, perde a mulher e vislumbra uma falta de sentido em sua vida. O importante da trama, que lembra de longe A Firma, de Sydney Pollack, é essa reflexão do valor do dinheiro versus os verdadeiros valores da vida; trama essa que fica escondida sob o conflito do "workaholic" com a mulher apaixonada mas esgotada pela ausência do marido.
      O roteiro faz notar a que ponto pode chegar um ser humano que usa muito o recente mantra "eu estou pagando" para justificar qualquer permissividade no mundo. As duas estrelas vai para esse mesmo roteiro, porque tecnicamente não há nada que prenda a atenção. O que redime um pouco sua situação é a atuação de Ulrich Thomsen, que consegue fazer com que o espectador odeie seu personagem. E só. Duas horas devagar.
      E quanto a ser da Dinamarca, Lars von Trier, influência técnica deste diretor, já fez muito mais com histórias mais simples.
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