Olga
(Brasil - 141 min - 2004)
     Olga Benário teve uma história linda, um pouco super-dramatizada no filme, mas bastante emocionante e sofrida. Uma história política e de amor. Para o filme ser mais rentável, porém, a trama afetiva (o amor por Luis Carlos Prestes e depois pela filha) é que foi a mais explorada.
A história desta mulher por si só já emociona. Seus sofrimentos são tristemente bonitos: acreditar numa liberdade que vai contra o poder e a imposição do governo, acreditar que a prática dessa liberdade é possível e ser pega pelos nazistas. Entretanto, para causar maior comoção, Jayme Monjardim usa closes nos rostos que chegam a ser apelativos e acabam tirando um pouco do drama natural da história.
Camila Morgado está bem no papel principal. Osmar Prado como Getúlio Vargas está excelente. O que não ajuda é o roteiro, fraquíssimo. Diálogos fora do lugar, forçados, excessivamente didáticos, frases daquelas que uma pessoa na situação deles nunca diria na vida real. A direção deixa um pouquinho a desejar, especialmente nos ângulos de câmera, mas nada que comprometa o filme. Em contrapeso, o cenário e a pós-produção estão perfeitas. Dignas de qualquer "blockbuster" americano, bonito de se ver.
O filme Olga foge um pouco da temática social de violência alarmante com realismo irônico, gênero esse que tem se transformado na tradição do novo cinema brasileiro, mas a história do livro de Fernando Morais – no qual o filme se baseia – deve ser infinitamente superior à das telas.
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