sexta-feira, 25 de junho de 2004

Música, música, música!

Nem contei sobre os meus projetos... Que relaxo...

Como foi mesmo? É, acho que tudo começou assim...

Há mais ou menos quatro meses minha amiga Mariana, da USP, me chamou para entrar no respeitado e aclamado Coralusp junto com ela. Os horários de ensaio não sendo compatíveis com os nossos, deixamos de lado.

Dias após, no intervalo das aulas ouvimos um reduzido e simpático grupo coral se apresentar nas escadas da Letras. Eu e a Mari ficamos extasiados. Ao final, a entusiástica moça que regia deu as informações de horários de ensaio do Coral Cluster - o Coral da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (vulgo "fefeléche"). Era tudo que precisávamos. Fomos a um ensaio e, embora as músicas não fossem exatamente eruditas (com as quais minha amiga já tinha maior intimidade), eu gostei. :)

Alguns ensaios após ter entrado, a Mari, por causa do trabalho, teve que abandonar. Chamei outras amigas que gostariam, uma a uma elas foram saindo e eu permaneci. Lá, descobri ser tenor (a mais aguda das vozes masculinas), fiz alguns amigos e abri a minha rede de contatos, experiências e conhecimentos musicais. Dentre os que conheci, valem menção especial a Moira, a regente simpaticíssima e experiente (apesar da pouca idade) e o Balys, outro tenor e estudioso de música por conta própria, um maluquinho com um pouco mais de idade e experiência do que eu em matéria de som.

Dois meses depois, a Moira me convidou para entrar num outro coral - o Madrigal Arcadelt. Este ensaia aos sábados de manhã e é só de música renascentista, um verdadeiro desafio pra quem nunca estudou cantar deste tipo. Perfeito pra mim!

Algumas semanas após ter entrado no Arcadelt, as conversas musicais e planos com o Balys renderam um projeto de concepção dele: quatro vocais masculinos, tocando instrumentos como uma banda normal, mas com as linhas de vocal mais arrojadas. Algo como um Boca Livre mais moderninho. Esse até hoje tem sido o meu projeto de domingo de manhã.

E, por tanto andar com partituras pra cima e pra baixo, o Olivetti, amigo e colega de trabalho, multiinstrumentista mais dado ao violino, se interessou e passamos a conversar mais sobre música. Ele me propôs tocarmos músicas consagradas da MPB e chorinhos em violão e violino, o que se tornou meu projeto de esporádicos domingos à tarde.

À parte disso, o pessoal da Federal resolveu retomar nosso projeto do desenho animado em computação. Além do roteiro ser meu, também devo fazer parte das trilhas e montagens sonoras do desenho, temporariamente entitulado "A Mosca".

Bom, tudo isso pra dizer que neste sábado (26/06 - dia oficial da maioridade da amiga Maíra!) o Madrigal Arcadelt vai se apresentar no Colégio Estadual Alves Cruz, na R. Alves Guimarães, 88 - Sumaré, às 19h. E no domingo que vem (04/07), o Coral Cluster vai se apresentar na Igreja São José, na R. Bartolomeu de Ribeira, 33 - Jaguaré, também às 19h. Ou seja, estou tremendo de ansiedade... Mas tenho treinado muito, coitada da Nati... :P

Adoro estar cada vez mais ligado em música. Um dia vou conseguir viver só disso...
E quem quer... faz!

Quem puder, apareça lá! Vai ser bem legal!
"Candy Candy, Candy, I can't let you go"

A Nati foi convidada para uma festa de aniversário de um mala de carteirinha: o primeiro namorado dela (também conhecido por "super-falecido"). Claro que ela não queria ir, mas o mala do namorado atual dela (vulgo "eu") estava morrendo de vontade de comer comida japonesa e tailandesa, com direito a música e bebida, tudo na faixa. Ela ficou temerosa do possível encontro. No final, eu e o chique convite impresso que chegou depois a convencemos.

Fomos ao curioso Espasso Araguari e eu conheci o cara, aliás, igual a todos os outros garotos da idade dele (18) que circundavam por ali: camisa de balada, topetinho, celular, barba feita (ou ainda inexistente) e jeito de andar de quem tem todo o gingado do mundo. A Nati ficou feliz por se sentir muito superior a tudo aquilo. E eu de orgulho por ter uma namorada que também percebe a futilidade ridícula desse povo.

Em cima, a pista comportava mais de cem pessoas. O DJ mandava de tudo, axé, techno, black, rock, até Chemical Brothers!!! Tinha um telão onde passava imagens psicodélicas e algumas fotos da vida do aniversariante (inclusive uma dele com a Nati.......). Uma mesa comprida separava a pista de um lounge, com sofás e poltronas gostosas. Sushi, sashimi, nigirisushi e outros à vontade, feitos por um sushiman, na hora. E, claro, o balcão do bar, com um barman fazendo coquetéis malabarísticos. Pediu, tá feito. "Brasileirinho" e "Sex on the beach" rok! Preciso aprender a fazer aqueles drinks!

No espaço de baixo, mais família, com mais outras 100 pessoas, outro DJ, de músicas mais calmas que rolavam numa pista pequena. Mesas de buffet, vinho tinto de (muuuuuita) qualidade, whisky. Foi aí que serviram o jantar, que não tinha a prometida comida tailandesa, aparte um frango com curry e uma salada diferente. A sobremesa era deliciosa (sorvete de creme e chocolate + uma torta de frutas e chantilly)

Ao final, conosco colados no balcão pra tomar um "last call", o barman, pôs fogo nas garrafas e ficou fazendo malabarismo com elas. Não sendo isso surpreendente o suficiente, cuspiu vodca na frente das chamas, incediando o ar ao redor. Cuspiu fogo no teto, de um lado a outro, pra todo lado... Awesome!!

Comemos bem, dançamos nas duas pistas, bebi um pouquinho menos do que gostaria, mas curti muito mais do que esperava.

terça-feira, 22 de junho de 2004

Quer uma razão para não gostar de Jota Quest?

"Graças a Deus o Brasil é um país onde não tem terrorismo nem miscigenação."

Rogério Flausino, vocalista da banda, durante um show em Natal.

R: O guitarrista sempre foi um pavão, agora é o vocalista que se revela um asno. É uma banda "animal"!

terça-feira, 15 de junho de 2004

Feriadão!

Quarta

Como não quis esperar a saída dos meus pais, na quinta-feira de manhã, resolvi ir pra Itanhaém direto do trabalho, na quarta mesmo. Fomos eu e minha inseparável aventureira Natália.

De mala e cuia, pegamos o ônibus das 16h40 na rodoviária do Jabaquara. Fingimos ser um casal de um inglês e sua namorada brasileira ensinando português pra ele durante toda a viagem. Na baixada, fizemos umas comprinhas e fomos pegar o ônibus para o camping. O caminho do ônibus nos pareceu um pouco diferente da costumeira estradinha de terra batida. Ele havia pegado a pista, e nós o ônibus errado. O motorista nos deu a dica de onde descermos e ainda avisou amigavelmente:

- Da próxima vez, não pega esse não. Pega o Gaivota via Cibratel, não esse. Esse é via pista. O outro passa lá na frente... - Fingindo ser a primeira vez que ouvíamos isso, descemos e cruzamos a pista.

Andamos uma boas quadras no breu invernal das oito da noite de uma rua mal iluminada e completamente vazia, onde os únicos sons eram nossa a movimentação e os grilos. Cruzando a trilha do trem, a mochila da minha companheira ainda abriu o zíper e deixou cair algumas das nossas compras. Nossa sorte é que o trem é lendário e que nada foi perdido senão tempo.

Chegamos no camping. Ufa! Agora sim, tudo em paz. Paz? Nada! A Camping Star, nossa morada provisória, estava uma completa zona. Tudo sujo, fora de lugar, uma bagunça mesmo. Limpamos tudo (ou quase tudo), arrumamos tudo, fomos tomar banho (adoro aquele camping vazio!), cozinhamos, comemos e fomos dormir. Com exceção dos garfos emprestados da Cíntia e dos acessórios da barracona dos meus pais, todo o resto foi on our own. Orgulho é pouco!

Quinta

Friozinho light. Todos chegaram. O cara onde meus sogros deixaram muitos dos pertences deles tinha ido viajar. Ou seja, a barraca-mãe dos meus pais tinha dois satélites: a minha barraca e a dos meus sogros. Meus pais foram fazer compras enquanto eu e a Nati fomos andar na praia. Fome, voltamos e nada, esperamos e nada mesmo. Liguei e já tinham almoçado. Fiquei muito puto e fomos comer no Requint's, o eterno restaurante-sorveteria-point da galera do CCB.

Mais tarde juntou-se à galera reunida a Paula, que costumava acampar lá também, e fomos todos ao centro da cidade, dar uma volta na feirinha de coisinhas. Voltamos e nossos pais já estavam alegres dos vinhos e frios no QG das barracas.

Sexta

À tarde, churrasco com todo mundo, os Andrade, os Carvalho, os Avellar e os Cruz, mais a família do Carlinhos, que eu não sei o sobrenome. :P

Para a noite, os nossos pais iam num barzinho. Como achamos que era pra todos, fomos também. Chegamos lá e um cidadão com cara, jeito e hálito de bêbado executava canções horríveis de velhas num teclado Yamaha destruído. O lugar chamava Rancho Cowtry (isso mesmo, CoWtry). Um lugar onde as mulheres freqüentadoras tinham cara de prostituta em fim de carreira ou de pombas gordas e velhas que não conseguem mais voar. De comida, só frango a passarinho, fritas, polenta frita. Vinho quente e quentão. Ah, tinha pipoca on the house.

Como meu pai tinha reservado a mesa (para 20) e isso não deve ser muito comum naquele buraco, Paula, a dona, uma jovem com o corpo num formato idêntico ao das galinhas d'A Fuga das Galinhas, vinha perguntar se estava tudo em ordem. Numa dessa, a minha sogra (claro!) fez questão de dizer que no canto da mesa "tem uma banda toda". A dona se empolgou e convidou-nos a "prestigiar sua casa". Eu, o Le e o Junior (irmão mais velho da Elis e parceiro de violão nos luaus do camping) ficamos encabulados de início, mas pior que o Tiozão dos Teclados não podia ser. Aceitamos e momentos depois, no intervalo do Tiozão dos Teclados, entramos nós. Executei Jackie Tequila (o teclado ficava mudando por si só toda hora de instrumento!!) e toquei La Bella Luna. Cantamos os três e as famílias aplaudiram. Agradeci "a oportunidade que a Paula nos deu", meu irmão mandou "beijo pra minha mãe, pro meu pai e pra você" e saímos com classe do palco. Minha garota ficou orgulhosa e os pais também gostaram.

De lá, ensaiamos uma ida até o Aldeia Livre Bar, mais conhecido como "A". O povo foi todo desistindo no meio do caminho da mesa até o carro e fomos só eu, a Nati, o Junior e a Lívia. Assistimos uma banda que só sabia tocar Charlie Brown, Detonautas e CPM 22 nesta ordem. Encheu o saco. Quando saíram do palco rolou um intervalo com pop-black-r&b, que eu entendo como músicas-das-neguinhas-que-querem-dar-e-dos-negões-que-querem-comer. Aí sim, entrou uma banda melhor. Mas ninguém tinha mais pique. E voltamos pro camping.

Sábado

Outro churrasco marcou a tarde. Dessa vez na cantina abandonada pela saudosa e excelente cozinheira Dna. Eunice. Depois tentáramos tocar violão e cantar, mas fomos expulsos por uma trupe de "traileristas" que queriam pôr as bandeirinhas para a super festa junina tradicional do camping. (Tradicional desde 2003...)

Nos vestimos a caráter. Eu, de calça de moletom com o elástico da cintura no estômago e o da barra no joelho, com os cordões do gorro pra dentro da calça (parecendo suspensório), fiz uma junção das sobrancelhas e pintei um cavanhaque com lápis de olho da minha irmã. Quase todas as meninas fizeram sardas no rosto, algumas puseram saia e fizeram tranças. Isso tudo fora o sotaque e a sintaxe toda própria do povo do "interrriorrrr". Até rolou um micro teatro "A Irrrrrmã Prrrromisca!", com a Ro, eu, o Junior, a Nati e a Mila. Na verdade não foi teatro, foi mais um fato corriqueiro super potencializado pelos costumes do povo do mato que acabou virando uma encenação. Fiquei surpreso com a Nati que entrou no clima mesmo e não conseguíamos parar de falar com sotaque... Foi muito engraçado.... :DDD

Quentão, vinho quente, paçoca, milho, pipoca, pé-de-moleque, arroz doce, curau, bolos, cachorro quente, pavê, fogueira, batata doce, doces, doces, doces. Tudo feito pelos campistas. Ano passado foi tudo de improviso, em cima da hora. Esse ano o povo já foi preparado. Comemos muito e todos dançamos quadrilha e fizemos um trenzinho. Muito comédia ver os pais nessa farra também... :) Depois disso tudo rolou um forrozinho com cara de fim de festa.

Domingo

Eu e a Na deixamos tudo prontinho pra nossa barraca ser fechada. Foi rápido, até. Estamos começando a pegar prática em fazer tudo sozinhos.

A Nati voltou mais cedo que eu. É estranho estar no camping sem ela... Acho que, desde quando a gente "ficou", isso nunca tinha acontecido.

Ajudei meus pais a arrumar a barraca deles. Almoçamos na cidade e voltamos.

Arrumei algumas coisas e fiquei vendo tv por 3 horas. Ah, que saudade de fazer isso... Lembrei da amiga Rapha (saudades!!!!) pelos programas a que assisti: Scrubs, What I Like About You, Whose Line Is It Anyway?, Minha Casa, Sua Casa e Queer Eye For The Straight Guy, pelo qual eu me apaixonei.

Estou começando a achar que sou mesmo lésbica......

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Enfin, foi um final de semana maravilhoso. Andar no escuro frio, churrascar, dormir com a namorada toda noite, ganhar presente, dar presente, festejar, cantar e tocar num pulgueiro, ver televisão... Quer coisa melhor? Até o trabalho rende mais! Rende posts como este. :)

Tava com saudades de escrever bobagem... De escrever sobre o cotidiano (quase) sem qualquer pretensão a intelectualismo.

segunda-feira, 14 de junho de 2004

COM licença para dirigir

Da outra fui o primeiro do dia. Tentei sair o carro duas vezes e ele não andava. Na terceira, saquei que o freio de mão estava puxado e soltei. Só que soltei com o pé embaixo, e o carro saiu cantando pneus. No susto, tirei os dois pés dos pedais: o carro morreu. Pra finalizar, acho que parei longe demais da guia. Ou seja, foi um show. Pra quem queria rir, claro.

Dessa vez não. Desta vez, fui o décimo a fazer o teste. Assisti a oito reprovações. O cara na minha frente tinha carta de moto há mais de um ano e reprovou. Eu entrei completamente sem expectativa. "O que vier, que venha para bem". E fui muito bem. O instrutor era legal, até zoou meu nome "É, Rapael... Hehe... Quando você 'tiver pronto, podemos dar uma volta." E demos mesmo. Mas na hora da baliza o instrutor não começa a conversar com um cara que tava passando na calçada? "E agora?" Parei e fiquei lá, ué...

Foi quase cem por cento. Numa conversão para a direita o carro morreu. O cara até avisou, "o carro tá voltando, tá volt... - puf! - pode continuar...". Parada na subida, quase morreu por causa de um ônibus que vinha colado em mim. Na hora de encostar, como a curva de onde eu tinha acabado de sair era meio fechada, a seta não voltou ao lugar. Aí avisei o cara, "ó, a seta não voltou, mas eu vou desligar e ligar de novo porque eu vou parar", e ele respondeu: "muito bem". No final, escreveu o esperado "A" no papel e tudo certo. Sorri e nos despedimos com o "bom dia" de cada um.

Agora eu tenho cartaaaaaaaaa!!
Não que isso sirva pra muita coisa agora, mas um dia ainda vai. E fora que mais esta etapa ("mais de você em você mesmo") da minha vida já foi. Não preciso mais passar por isso.

I'm violently happy!
:DDDDDDDD