segunda-feira, 12 de agosto de 2002

O relógio. Sempre o relógio.

Um amigo. Uma amiga. Algo mais. Icq, e-mail, telefone. O mundo. A juventude. A antiga escola e antigas lembranças. Tudo triste.

Mais um copo de coca, arrgh!, mais uma mensagem piscando na barra. Respondo. Eu sempre respondo. Não, não foi minha mãe, eu me ensinei assim.

Fui na Federal, depois de dois anos longe dali. Fiz matrícula em um curso básico. AutoCAD I.

É, não valorizam autodidatismo nessa merda de país e resolvi me entregar. Resolvi chamar esse país que tanto estimo de merda uma vez na vida. E estou fazendo um curso básico. Tsc, tsc...

Passei por lugares antes vivos, alegres, cheios de gente, de música. Hoje, só lembranças. E jovens. Meu irmão e seus amigos. Todos ali. Naquele lugar sagrado, palco de tanta coisa, tantas memórias. Roubaram nosso lugar, mas a memória ninguém me tira!

Vou freqüentar novamente aquela escola, agora gélida, apática, curricular, meramente curricular.

E essa é a juventude. Sem brio. Ela não está só perdida, está esperando para ser carregada no colo, sem vontade.

A juventude é uma velha com um pau. Antiga, travestida, irreconhecível.

Ou como disse o Caio no ICQ:
Não se fazem mais jovens como antigamente...

Silêncio... e o relógio. Sempre o relógio.

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