domingo, 31 de dezembro de 2006

Fitting

Às vezes, algumas coisas que escrevemos parece que foram feitas para serem publicadas em outra época. Na tradicional arrumação-de-fim-de-ano-da-escrivaninha acabei encontrando algo que tinha feito durante o período de férias de julho.

     Sujeito sujeito

     Era um sujeito sujeito a qualquer uma. Até que o fizeram objeto, sem adjunto, nem ligação.
     Todos seus subordinados ficaram mal empregados. Seus sentidos transitaram! Era um sujeito, não objeto! E merecia respeito: todos tinham que concordam com ele! Pensou e achou a solução. É isso! Ser mau e não concordar com mais nada: todas as ações ficariam incoerentes! Teriam de se subordinar à força! Nada mais de agente da passiva!
     Mas aquela uma imperava e, transitando, concordou com ele. Ela se definiu a ele direta denotativamente e, ao mesmo tempo, se declarou sem concessões:
     – Sua existência coordena minhas orações!
     Ficou atônito... Até o tum-tum baixar e fazer-se conformativo. Aceitou-lha.
     Tempos e circunstâncias depois, concordaram em conjuntar-se. De objeto, ele passou a sujeito, e que agora é só sujeito à sua amada, Regência Regina.
     O Sujeito e a Regência voltaram aos seus lugares e hoje são felizes assim: compostos.


Rodrigo, colega de trabalho, lendo a minha idéia, acabou escrevendo isso. Técnico, mas também interessante. Aviso: para completa compreensão é necessário conhecimento de classes gramaticais. :P

O sujeito dominava a todos.
Nem todos eram dominados pelo sujeito.
Alguns se revoltavam contra o sujeito.
Tem gente que nem mais dá bola pra ele.
Pobre sujeito.


Coisa de gente que, enquanto os alunos estão de férias, fica bolando questões para os simulados de Português... Entre um café e outro, surgem idéias assim, que na hora parecem pura diversão, mas que, olhadas em outro contexto, fazem bastante sentido.

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