A Prostituta e a Baleia (4,2)
(La Puta y la Ballena - Argentina - 2004 - 120min)
      A primeira coisa que chama a atenção no filme não vem aos olhos, chega aos ouvidos: a música-tema muito bonita que abre o filme, assim como a trilha sonora em geral, recheada de deliciosos tangos.
      O roteiro, apesar de exagerar na emotividade, consegue ser igualmente simétrico pois vai contando simultaneamente duas histórias que se completam inversamente (o começo da primeira história remete ao fim da segunda e vice-versa) conforme o decorrer do filme.
      Uma escritora espanhola vai à Argentina buscar informações para um novo livro, baseado numa história de amor real, de 70 anos antes, passada na Patagônia. Lá, ela acaba precisando fazer uma cirurgia com urgência e, no hospital, vai remontando os fatos ao conhecer uma senhora idosa no leito ao lado que conhece bem a história. Fotos, cartas, tangos e o mar a fazem investigar e imaginar tudo o que sua personagem viveu.
      As locações escolhidas são divinas, muito lindas mesmo. A direção é delicada, leve. O roteiro é tocante, vez ou outra beirando a apelação emocional, mas sem ser novelesco. São usados na história muitos símbolos e alegorias, como, por exemplo, o encalhar da baleia na história original e a mesma baleia, novamente, 70 anos depois, como se a história estivesse acontecendo toda novamente.
      E mais uma vez, como parece ser tradição no cinema falado em espanhol, há muitas referências à casualidade.
      A Prostituta e a Baleia tem um toque lírico, inclusive no visual, o que faz dele um deleite para os olhos e ouvidos.
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