quarta-feira, 3 de novembro de 2004

Não Se Mova (4,0)
(Non Ti Muovere - Itália/Espanha/Reino Unido - 2004 - 125min)

      É bonito e cumpre bem o seu papel de filme italiano. Romântico, dramático, bem emotivo.
      O roteiro é interessante e surpreendente: um médico-cirurgião que está na sala de espera da operação de sua filha de 15 anos, vítima de um acidente de moto, revê sua vida em flashback. Essas lembranças giram em torno de um relacionamento extra-conjugal que começa com um estupro. Quando seu carro quebra num lugar desconhecido, o médico busca um telefone para avisar sua esposa. Uma mulher (Penélope Cruz, falando em italiano) sugere que ele a siga até sua casa. É aí que ocorre o estupro. Ela não diz nada, não reclama, nem se abala. Ele se vai e dias depois volta a visitá-la, desenvolvendo um relacionamento gradualmente.
      A estrutura do roteiro lembra a tradicional americana, com pontos de virada muito bem definidos, que não deixam cair o interesse pelo filme. Prende a atenção do espectador. Por outro lado, fica mais difícil de apreender o que o filme quer dizer do mundo. Parece que falta alguma coisa.
      A película contrapõe a força de expressão da bela atuação da Penélope Cruz com uma atuação morna de Sergio Castellito, personagem principal.
      O destaque mesmo vai para a maquiagem na Penélope Cruz. No começo do filme ela está quase irreconhecível e, no seu decorrer, esta caracterização vai ficando cada vez mais leve, tornando-a menos vulgar. E conseguiram deixar a Penélope Cruz feia! Isto é cinema.
      Não Se Mova é um filme bonito, bem feitinho, simples, com músicas românticas, mas que não se prende na memória. Entra, cumpre seu papel de boa diversão e sai sem deixar marcas.

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