quarta-feira, 3 de novembro de 2004

Gemini (2,9)
(Tvilling - Dinamarca - 2003 - 91min)

      O tema é a troca de personalidade, o quanto o ser humano gostaria de fugir da sua vida, o quanto podemos ficar aprisionados fazendo coisas que não queremos.
      Sua história é a de um rapaz que trabalha numa lojinha de um posto de gasolina e, no seu tempo livre, cuida de sua possessiva e inválida mãe. Nesta loja, certa vez, entra, junto do namorado, uma mulher que ele passa a admirar e observar, chegando a descobrir seu endereço. Logo depois o namorado dela morre e a mulher projetar no atendente o seu finado amor. O protagonista assume o papel do namorado e muda de vida por conta dessa oportunidade única em sua vida solitária.
      A qualidade técnica varia bastante com cenas geniais (adotando a câmera de segurança da loja como ponto de vista), com uma pós-produção abusando das cores, mas com cenas absolutamente infantis, como os simbolismos muito óbvios, especialmente no final, o que estraga um pouco do filme.
      Interessante também é a edição. Nas cenas de loucura, os cortes rápidos e a câmera na mão dão uma angústia eficaz ao que é mostrado.
      O roteiro é bom, mas maltratado pela direção. Nenhum dos atores é bonito, o que traz uma maior verossimilhança pra história, por outro lado tira um pouco da possibilidade de apelo que o filme teria. A exceção são os olhos do protagonista, lindos e de uma expressividade imensa. Mas mesmo assim a direção não quis (ou não conseguiu) usá-los propriamente.
      Chama a atenção a falta de diálogos do cinema dinamarquês. Para o público latino, acostumado a filmes com falas corridas, isso pode ser motivo de estranhamento ou até cansaço.

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