Dez (3,4)
(Ten - Franã/Irã/EUA - 2002 - 94min)
      O aclamado diretor Abbas Kiarostami foi o responsável pela explosão do cinema iraniano no mundo. Só essa informação já me foi o suficiente para começar a conhecê-lo.
      Aqui, Kiarostami trata da mulher na sociedade, especialmente na iraniana. É principalmente difícil falar dele pela inovação controversa que ele traz. Todas as cenas ocorrem dentro de um carro e duas câmeras ficam fixas e apontadas para o motorista e para o passageiro. Só um aparece por vez, quando aparece. Quem dirige é sempre a persongaem principal da história. É através das conversas dessa mulher com os passageiros que se entende um pouco da situação feminina naquela sociedade e também um pouco da história da protagonista. Os passageiros são: seu filho revoltado com a separação da mãe e o casamento dela com outro homem; uma outra mulher com a felicidade do casamento vindouro, revelando sua idéia; uma terceira, que deu tudo que tinha a pessoas carentes e agora passa a sua vida rezando; uma prostituta (que não aparece), a qual a protagonista tenta entender os motivos da profissão; e uma amiga próxima que vê sua vida desmoronar quando o homem da sua vida a deixa por outra mulher.
      Como é característico deste diretor, há poucos persongens, quase não há história, mas localiza bem quem assiste a seus filmes.
Inovador. Esse é o cinema simplista do iraniano Kiarostami, famoso exatamente por isso.
      Dez tem esse nome pela montagem do filme, que ocorre em 10 episódios, um com cada uma das pessoas que a motorista leva. Essa personagem reage aos passageiros discutindo, apoiando, consolando, inquirindo, ou simplesmente não opinando (o que acontece à mulher religiosa).
      Um dos pontos fracos deste filme é a construção dos diálogos que não são racionalmente estruturados. Os assuntos parecem pulam de um a outro, tornando o filme desinteressante. Como os diálogos não se amarram, também foge à lógica a causalidade dos assuntos, deixando o sentido das conversas vago (principalmente com o filho).
      É um filme que não chega a ser bonito por ser muito duro. Também não é prazeroso por ser realista, mas é bastante reflexivo. Este filme estava na selação oficial de Cannes em 2002. Inovação junto de um nome como o de Kiarostami só pode trazer fama para uma produção.
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