quinta-feira, 29 de julho de 2004

Fahrenheit - 11 de Setembro (3,8)
(Fahrenheit 9/11 - EUA - 120min - 2004)

      Numa sessão especial gratuita anteior à estréia do filme, no Espaço Unibanco, fui assistir ao mais recente trabalho do aclamado diretor americano Michael Moore.
      Seu documentário anterior, Tiros em Columbine, foi bem recebido pelo público e vencedor do Oscar de documentário longa-metragem no ano passado, cujo discurso de agradecimento (atacando George Bush quando a emissora da transmissão da cerimônia pediu às pessoas que não se manifestassem a respeito da "guerra contra o terrorismo") deixou Moore ainda mais famoso.
      O alvo de Moore desde então passou a ser o presidente americano. Sempre irônico, o diretor e roteirista de Fahrenheit - 11 de Setembro conduz um desmascaramento da figura do justiceiro do mundo ao longo do filme, provando por a mais b as $egunda$ intenções de Bush (filho e família) na guerra contra o terrorismo e o Iraque.
      Por si só o assunto já é chamativo. E tornou-se ainda mais após o filme ter vencido a Palma de Ouro em Cannes. Foi a primeira vez que um documentário ganhara o prêmio. E com um empurrãozinho da mídia a fita quebrou o recorde da bilheteria americana (que era do filme anterior de Moore, com US$23 milhões arrecadados em nove meses). Em menos de um  mês de exibição por lá, Fahrenheit já faturou 103 milhões de dólares.
      A intenção do cineasta é fazer com que o povo (especialmente o americano conservador) abra os olhos para a farsa que George W. Bush representa. Tudo isso levando em conta que em novembro ocorrem as eleições para a presidência do país. Até lá, o diretor espera que seu filme alcance mais cidadãos americanos com o lançamento de seu filme em DVD.
      Moore conta a história, prova seu ponto e convence, mas não sem uma pitada de tédio em meio a tantas informações e ironias. A edição poderia ser mais cuidadosa e unir um pouco mais as idéias. Alguns trechos, principalmente nomes e cargos, poderiam ser melhor explicados, de forma que a compreensão destes não ficasse restrita a quem conhece toda a trupe de políticos do país. É desnecessária também a apelação para o choro da mãe que perdeu o filho na guerra, momento em que o filme tange o sensacionalismo barato da exploração das emoções, a fim de comover o espectador.
      Irônico, debochado e contundente, sim. Este é Michael Moore. Seu Fahrenheit – 11 de Setembro é um filme interessante, quase de utilidade pública, mas que seria perfeito se fosse mais conciso, como em Columbine.

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