São Paulo - SP / CCB de Serrinha - RJ
1º DIA - "Foi um rio que passou em minha vida"
Depois de uma semana cheia de planos, acordos, compras (supermercado em cima da hora, inclusive), checagens e (falta de) comunicação entre as 4 famílias, fomos para a estrada. Fomos os Andrades (com exceção da minha irmã), os Cruzes, os Carvalhos e os Avellares, famílias que se conheceram no CCB de Itanhaém.
Foram quatro horas de viagem, fora o almoço na estrada, em Roseira - SP. Claro que fizemos festa ao cruzarmos a fronteira SP/RJ, onde tinha uma placa muito legal (que mais tarde eu tento copiar e pôr aqui).
Subindo a estradinha pedregosa, íngreme e sem fim vimos que os arredores tinham mudado bastante desde a minha única ida até lá, há 9 anos. Casas, bares, estâncias, chácaras, pousadas etc. Nem parece o mesmo lugar. A civilização já dá indícios que chegou lá também.
Chegamos (Mãe, Pai, Nati e eu) à tardinha ao camping. Ao chegarmos, os outros três Carvalhos (família da Nati) já estavam lá. Como tinham chegado antes do almoço, armado a barraca deles (próximo de um riacho que corria ali perto - pra dar um clima gostoso pelo barulhinho da água correndo) e arrumado tudo, vieram ajudar a armar as nossas: uma para mim e a Na, uma para os meus pais e mais outra para o Leonardo, que chegou mais tarde, com os Cruzes.
Armamos as três barracas com certa rapidez e uma chuvinha fraca, mas insistente. Ao terminarmos, comemorando a empreitada, a chuva aumentou e também as poças de lama. O que parecia ser somente uma poça vimos se transformar no leito transbordado do riacho que corria atrás. A água cruzava a lona de baixo da barraca. Pânico, medo, choro, angústia, frustração e chuva, muita chuva. Tiramos tudo de dentro da barraca e jogamos no carro dee qualquer jeito. Muita coisa molhou. Resolvemos trocar a barraca de lugar, mas a chuva era muita. Salvamos o que deu, de resto só poderíamos, molhados, esperar a chuva diminuir, já que a barraca estava protegida pela lona de baixo, que já praticamente flutuava. Acalmados os ânimos e a chuva, levamos a dita cuja para um ponto mais alto, cada um segurando uma ponta da lona de baixo, que sustentava o iglu, ou uma ponta da lona de cima. No meio disso tudo é que chegou o carro da família dos Cruzes, que tiveram a sorte de armar quase sem chuva alguma. Todas as estacas batidas, é hora do riso, da comida, do banho e do merecido descanso, porque já era meia-noite.
2º DIA - "Saudosa maloca / maloca querida"
Dia de chuva quase todo o dia.
À noite, no pavilhão, com mesas e bancos de madeira com cara de piquenique, teve vinhos, queijos, sopa de capeletti da sogra e violão (com o povo - eu incluso - se esgoelando de cantar, principalmente nas músicas típicas paulistanas "Saudosa Maloca", "Trem das Onze" e "Tiro ao Álvaro"). Também teve um pouco de Detetive Reloaded.
3º DIA - "It's a beautiful day / Don't let him get away"
O tempo estava mais aberto. Só porque a gente até já tinha se acostumado à lama... Mesmo assim a galera não se animou em ir às cachoeiras/quedas d'água/piscinas naturais de dentro do camping e arredores.
Resolveram ir à Penedo, cidade próxima, de colonização finlandesa com casas, bugingangas e motivos escandinavos. Comi chocolate com pimenta, que eu não gostei apesar de gostar de cada um deles em separado. Enquanto isso a Nati se divertia com bichos de pelúcia de uma loja infantil em frente. É engraçado porque a cidade é uma vilazinha com duas ruas compridas paralelas e algumas transversais e só. Isso é Penedo - RJ.
Ao voltarmos jogamos Detetive, aquele de tabuleiro mesmo. Na primeira a Lívia ganhou; na segunda, surpresa, o Eduardo!
À noite um remake da noite anterior em menor escala, mas mais duradouro pras fofoqueiros de plantão, que ficaram no pavilhão observando atentamente as roupas, costumes e atitudes dos outros acampantes (em sua maioria cariocas).
Já aí fizemos alguns planos para o dia seguinte, dia de partir e, nisso, uma mini-contenda light com minha sogra, pra fechar a noite.
4º DIA - "Never say goodbye"
Por ironia, foi o melhor dia, que começou cedo pra desarmarmos as barracas e guardar tudo no carro.
Como abriu um sol legal, tomado o café, descemos para a cachoeira e a piscina de pedra. Simplesmente maravilhoso. Água muuuuuuuuuito gelada, escalada de pedras, cãimbra e medo na água, emoção e sauna pra fechar.
De almoço a famosa truta com alcaparras da cantina do CCB. E demos adeus ao camping maravilhoso.
Na volta, depois de descer os 15 íngremes quilômetros de estrada de pedras e pedregulhos, na Dutra, furamos o pneu. O estepe, claro, estava no fundo do porta-malas entupido de coisas. Paramos, trocamos, pusemos tudo de volta, tiramos tudo de novo na borracharia mais próxima pra podermos arrumar o furado e curtimos o calor desértico de Aparecida do Norte - SP.
Mais tarde, congestionamento e horas de viagem depois, resolvemos não pegar a Marginal, mas tentar um caminho alternativo. Resultado: nos perdemos nos arredores do bairro de Sacomã e quando menos esperávamos avistamos a entrada de São Caetano do Sul. Depois de rodar um pouco, achamos o retorno, Jabaquara e, mais um pouco, casa. Chegamos às 21h30. O que era para ser quatro, transformou-se em sete horas de viagem.
Tiramos bastante fotos (algumas ousadas), ficamos com alguns arranhões e cortes, roupas molhadas, bastante vinho, queijo e chocolate no corpo, um dia sem banho, um pneu a menos no carro, alguma água a menos no organismo (pela sauna) e um cansaço reconfortante junto da certeza de ter tido um feriado dos melhores possíveis e como há muito não me lembrava de ter tido.
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