21 Gramas
(21 Grams – EUA – 125min – 2003)
Grande diretor, grandes atores, roteiro inovador: bom filme.
Câmera na mão, coloração saturada na pós-produção, silêncios substituindo trilha sonora nos momentos de tensão, roteiro de histórias ramificadas e edição memorável. Tudo isso, ou quase tudo, eu já esperava, afinal Alejandro González Iñárritu tem seu nome e estilo já marcados por Amores Brutos. O que realmente me surpreendeu foi a atuação de Naomi Watts, que se não tinha sido um nome a ser lembrado por O Chamado, agora sem dúvida o é. Nome, rosto e seios, diga-se de passagem. Do bom Benício e do antipático Sean Penn nenhuma novidade, cumprem muito bem seus papéis; mas é Naomi Watts quem chama atenção.
O roteiro brinca com a temporalidade e destrói a linearidade, o que faz de 21 Gramas um filme incomum. Não se trata de repartir o filme em capítulos e desordená-los, ou de editá-lo seqüencialmente ao contrário, mas de simplesmente não saber se o próximo corte de câmera se dará num tempo anterior ou posterior ao que se está mostrando. Isso diverte e entretém o cérebro, que naturalmente tenta montar o filme e decifrá-lo. Este processo, contudo, deixa o filme cansativo com o passar de uma hora. Ainda não sei se é o filme que diminui um pouco o ritmo, ou se é o espectador que cansa do exercício de lógica.
Como bem disse minha companheira, é um “filme sufocante”, com “cara de filme de mostra”.
Drama psicológico com roteiro entrecortado. Ousadia. Cinema mexicano. Iñárritu.
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