Naquele dia
(Ce Jour-là – França/Suíça – 105min – 2003)
Comédia de humor negro que diverte sem entreter: há risos mas não se pode evitar de olhar no relógio ou se ajeitar na poltrona.
O filme, que estava na Seleção Oficial de Cannes, conta a história de uma jovem meio pinél que herda uma fortuna sem saber; sua família, ao contrário sabe muito bem e arma um esquema para tentar matá-la e ficar com o dinheiro. Ao mesmo tempo escapa da prisão um psicopata que vai parar exatamente nesta casa. Como diria Dna. Gloria Rita (minha mãe nas horas vagas) seguindo um riso contido, é um "filme de doido".
A história é boa e engraçada. O problema do filme, entretanto, está no tom com o qual é contado: o de construção e desconstrução da seriedade dos fatos. (Tô falando que minha vida nunca mais foi a mesma depois das aulas de Lingüística... :) O filme começa sério, em seguida mostra-se a loucura, da loucura faz-se o riso e do riso cai de novo em seriedade. A alternância nunca estável do tom do filme é que faz o espectador debochar dele, além de deixar a história cansativa.
Falando da parte boa, serve como uma crítica irônica à burocracia por parte da ação da polícia na fuga do psicopata) e uma chacota do excesso de realismo das pessoas, que deveriam viver a vida mais levemente, mais fantasiosamente.
A atriz principal, Elsa Zylberstein, faz muito bem o seu papel, além de ser um colírio.
Enfim, um filme engraçado e despretensioso, gostoso por isso mesmo, mas que não se vês a hora de acabar mesmo não passando de duas horas.
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