terça-feira, 10 de junho de 2003

     Doce inocência

     Esses dias estava andando pelo Instituto Butantã para ir à USP e notei a plaquinha de alerta aos motoristas: "Velocidade Máxima Permitida – 30km/h". Veio à minha cabeça um episódio engraçado de quando eu era criança.

     Estava com meus pais e irmãos, dentro do carro, no Simba Safari. Ainda aprendendo a ler estava tomado por aquela fome de leitura típica de quem aprende um novo código e quer usá-lo a todo instante, principalmente quando criança. Entrando no parque, notei a plaquinha e recitei-a, importante de mim mesmo:
     – "Crianças no banco de trás. Velocidade máxima: dez 'ká-ême-agá'".
     Minha mãe, com toda a paciência materna e um sorriso no rosto:
     – É "quilômetro-por-hora". É a velocidade do carro, filho.
     Eu, já sabendo onde ficava o mostrador de velocidade no carro, apontei mostrando-me inteligente:
     – Ih, pai, não podemos entrar! A nossa velocidade mais baixa é vinte quilômetros!!

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