domingo, 29 de setembro de 2002

Incrível o poder da música.

Não que só agora eu me surpreenda, mas só agora falo sobre isso.

Sabe aqueles dias em que tudo parece dar errado? Quando você não tem nada pra fazer (na verdade tem, mas dá impressão que todas as coisas que normalmente te aprazem não fazem muito sentido)? Aí, você fica andando pela casa (afinal, o computador está ocupado e não tem nada na TV), chega à sua cama, tem vontade de abraçar o travesseiro, mesmo sabendo que nem ele vai te entender como costuma, mas mesmo assim você o faz e se sente um pouco bobo por isso.

De repente, sem motivo aparente (e sem estar em períodos de grande variação hormonal - importante frisar), vêm lágrimas aos olhos. Elas não caem ou escorrem. Ficam lá ressaltando o brilho apagado dos teus olhos. Você não quer ficar assim. Resolve pôr uma música. Em instantes todas essas sensações passam e você não acredita na rapidez da sua mudança de humor.

Sei que não é o método psicologicamente recomendado, mas a música é sempre minha tábua de salvação.

Não é o recomendado porque supostamente tenho que achar forças em mim mesmo, sem ter que recorrer a meios externos para resolver meus conflitos. Papo de terapeuta (que aliás, nunca visitei...) Anyway...

Minha tábua de salvação da vez foi o Riding With The King by Clapton & B.B. King.

Irônico o fato de um álbum de blues ter me animado e inspirado a pegar meu "bloguinho" (= bloquinho de fichário onde escrevo os posts quando não posso fazê-lo no bloco de notas).

Ele é um álbum de letras tristes, mas de som espirituoso, vivo, que te dá vontade de cantar, de dançar, de arrumar a casa, de pensar, ou de, pelo menos, sair da cama.

Acho impressionante que uma obra que reúne o bluesy-pop/rock com o jazzy-root blues representado por dois ícones da guitarra te faça brotar a menor vontade de cantar, ao invés de te fazer simplesmente calar e delirar com solos arrojados e imponentes.

Me levanto da cama, e, ao escrever, ainda ouvindo, percebo que me surge um pequeno desejo, uma esperança: quando envelhecer eu quero ser o B.B. King.
...
*sorri*
...

Obrigado por me fazerem levantar da cama.
Devo mais essa a vocês, rapazes.

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