segunda-feira, 17 de junho de 2002

O Rato - Parte 1

Há coisas da vida cotidiana das quais não se pode escapar. Ainda mais se você mora perto de um córrego. Aí a coisa piora. Sim, rato. É disso que eu estou falando.
Hoje minha irmã foi jogar Mega Drive, que estava num recôndito do quarto dela. Ao fuçar nesse lugar tão pouco condizente com o quarto perfeitamente arrumado, ela achou fezes de rato. Uma bolinha, duas e três por fim. Toda temerosa, quase desistiu do videogame. Encorajei-a. Jogamos e tal. Há um hora atrás, ela veio até mim, quase pronta para dormir, dizendo:
- Tem um rato mesmo! Eu vi ele correndo.
E a partir daí, começamos a caçada. Chamei também meu irmão, perito das artes das trevas ratais, que pegou uma vassoura e esperava eu tirar as coisas do pequeno amontoado de bagunça para dar uma na cabeça do roedor. A cada coisa que eu tirava, minha irmã, de cima de um banquinho gritava atônita. Isso acabou deixando eu e meu irmão estressados. Ela saiu. Tiramos tudo e percebemos que o animalzinho se infiltrara atrás do imenso guarda-roupas da menina. Meu irmão, absolutamente puto, desistiu e foi dormir. O quarto estava às avessas. Tudo para o alto, parecia que minha irmã estava de mudança em função do novo inquilino. E na verdade estava, afinal, ela já tinha tirado tudo de lá e transferido para o meu quarto.
Coincidentemente, minha mãe ligou 10 minutos após a desistência do meu irmão:

- Está tudo bem aí?
- Mais ou menos. - Roseane, minha irmã, explicou tudo.

Minha mãe, por sua vez, colaborou dizendo que não tinha ratoeira, mas ainda sobrara um pouco de veneno e sugeriu colocá-lo num tomate ou algo assim.
- ...só que ele está vencido, eu acho.
- Mãe, eu não ligo. - disse Rose.
- É... Vai que ele tem plano de saúde... - eu disse.

Após breves despedidas elas desligaram, afinal ligação de Vitória - ES, não é tão barata assim.

Okay. Lá vamos nós.

(continua)

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