quinta-feira, 13 de junho de 2002

Continuo fazendo trabalhos da facul da minha mãe. Tanto pra ela, quanto pra colegas dela. Um deles, foi uma coisa da qual eu nunca tinha ouvido falar. Tinha que escolher um soneto e reescrevê-lo. A minha "cliente" escolheu o Soneto da Fidelidade. A tarefa não era nada fácil (por princípios): REESCREVER os dois primeiros quartetos e USAR os tercetos originais do poema, mas mantendo o esquema de rimas (ABBA, ABBA), com métrica decassílaba e de preferência com coerência.

Meu coração doía a cada verso. Se Vinícius não fosse falecido, morreria. Mas me arrisco a ser apredejado postando-o aqui.


Soneto da Espera
À luz dos olhos meus, tão bela e pura,
És flor clemente de cuidado imenso
No meu jardim rego-te, amor intenso,
Por mais que água falte em sua jura.

Paciência faz-se forte tortura,
E o tempo queima doce como incenso.
Toda noite em silêncio tão extenso,
A esperança é quem vem e me procura.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.



Levei mais de hora pra fazer. Na hora me pareceu perfeito. Agora me parece tão estúpido...

Bom, trabalho feito (e arte assasinada).

...me sinto péssimo.

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