Skol Beats '07
Eu já havia ido ao do ano passado, com o empurra-empurra do Prodigy, com direito a pessoas passando mal e dormir na grama gelada pra curtir um nascer do sol ao som de psytrance.
Neste ano, os caras inventaram dois dias de festa, com preço bem maior (R$140 cada dia, R$200 pelos dois dias), num lugar em frente ao Anhembi. Fui só no show de sábado, pois na sexta não tinha ninguém que eu quisesse ver.
Desta vez me preparei musicalmente, baixei sets, ouvi à exaustão. Escolhi a programação, tudo certinho. Chegando lá, o que me decepcionou logo de cara foi a única alternativa alcoólica ser a cerveja homônima à festa (argh!). Fora isso, a vitamina C ajudou a agüentar o pique (quem é que se droga com vitamina C??).
Depois daquela rodada básica inicial para reconhecer o terreno, sem dúvida o que me chamou mais a atenção não foi um DJ em especial, mas o sistema de som, especialmente do Palco Live. Cara, o que era aquilo?? Acabava deixando até o DJ mais patético com um som bem legal. Fazia valer o ingresso.
Como o MC não calava a boca um segundo durante o drum and bass do D-Bridge, resolvemos dar uma voltinha pelo evento, conhecer um pouco mais o que estava rolando. Praça de alimentação com pizza, temaki, sanduíche de mortadela, yakissoba, Black Dog (do mal)... Máquina de pegar bichinhos (do limão da Pepsi Twist), tenda Chill Out da H2OH! (super cousy), bar, banheiro, etc.
Atrações
Eu esperava abrir a nossa festa com o Propulse. E esperava um atraso já desde o começo. O atraso da festa não veio e não bateu com o meu: quando chegamos, o Propulse já havia saído. Ok. Um suspiro... Nem doeu tanto. O que eu queria mesmo ver era o Crystal Method, a Miss Kittin, o Murphy e o Marky.
Veio o Marky primeiro, meia-noite. Bem legal, dançável mesmo, um pouquinho cansativo (também, depois de duas horas...). Mas o som da sua tenda, sem dúvida, era o mais fraco, infelizmente. Foi um set "bom". Só "bom".
Roda aqui, roda ali, bebe um pouco e veio o Crystal Method.
Meu Deus! O que foi aquilo?? Tudo bem que eles não fizeram Live PA (como prometia a mídia), só trabalharam com discos mesmo, mas eles conseguiram misturar seu estilo Big Beat em músicas que eu jurava não rolar naquela noite, como "Killin' The Name" (do extinto Rage Against The Machine), que agitou um bocado, ou até em "Smack My Bitch Up", do Prodigy.
Faço minhas as palavras de Fábio Mergulhão:
"E eles vieram, breakbeat, um daqueles que toca em todo lugar hoje em dia. Mas foram pro techno, no hip hop, pros hits deles, um no final era vinheta da MTV (...). Acabou, espacial, break que não é "breakbeat" porque atrás tem uma moto ácida subindo e voltando em vai-e-vem e que faz ser Crystal Method - semelhanças óbvias com o óbvio Chemical Bros.
Será que eu gostei? O telão psy de ótima definição, as câmeras mostrando o trabalho dos DJs, o sistema de som cujos "graves ardiam na espinha e na nuca" (como li no rraurl.com) já faziam valer – ainda mais – o ingresso. Crystal Method não deixou pra mais ninguém.
Eu estava enlouquecido e quase sem forças, em plenas 4 e meia da madrugada. Chegou a hora da comida (yakissoba, delicioso), do banheiro, do descanso. Quase perdendo o pique, fomos à tenda The End para ver a "musa do electro", Miss Kittin.
A francesa chegou com um som baixo, pouco empolgante, às 6h. Com o dia nascendo e a pouca energia, as batidas eletrônicas foram deixando de ser empolgantes. O set da dita musa só confirmaram uma opinião que eu tinha a respeito do Laurent Garnier: francês não sabe fazer música eletrônica. Miss Kittin tinha um set chato, com muitas intervenções da sua voz aguda e chatinha, às vezes perdendo o tempo ao abaixar o volume e voltar para a música. Enfim, foi a decepção da noite. Fiquei realmente triste não só porque ela não tocou mais de uma música que eu conhecesse, mas porque o que ela tocou de fato não era bom. "Ela foi afetada pelo horário" se ouviam os comentários da galera, que tentava se sacudir meio sem ânimo. Aos poucos a tenda foi se esvaziando, e junto com os dissidentes, eu também saímos.
O descanso para esperar o Murphy debaixo de um solzinho irritante fez o sono e o cansaço serem superiores à vontade de ver um dos caras mais aguardados. Só a Vitamina C não foi suficiente para me manter desperto, especialmente depois de um dia de trabalho. Fomos embora (para tentar dormir um pouco no carro) antes do show do Murphy, uma pena.
Conclusão
Para o ano que vem:
- Beber antes de entrar, preferencialmente Tequila, coisas energéticas, e tal;
- Ouvir mais pelo estilo dos caras do que pelas músicas dos discos deles (já sabendo que quase ninguém toca músicas famosas de seus discos);
- E, definitivamente, não trabalhar no dia.
Balanço:
Vale a pena, mas tem que estar mais preparado para as mais de doze horas. E, sim, foi melhor do que ter se abarrotado em meio a multidões, correndo o risco de tomar borrachada da polícia ao assistir a um show que eu gosto da Virada Cultural.
É isso.
Por hora, "Voltando ao Rock Progressivo Mode: On".
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