"Where is your star? /Is it far, is it far... far?"
     Era uma vez uma banda de rock em que eu entrei. Nos divertimos, éramos amigos. A exigência por profissionalismo sempre foi grande e procurávamos suprí-la como e quando podíamos. Ensaiávamos, fizemos shows. Salvo uns bêbados e suas cervejas, as pessoas gostavam, elogiavam. Caí nesse meio, adorando.
     A esse tempo as coisas começaram a ficar quentes entre nós. Isso pelo atrito. Os destinatários perdiam-se entre os sujeitos, que viam diferentes objet(iv)os e não o destinador. Foi uma quebra na comunicação, comunicação esta que mais atrapalhava que ajudava, ao contrário da teoria. Ainda assim queríamos ouvir nosso som, queríamos ser ouvidos. Gravamos um cd, talvez o maior demo de todos.
     Por aí nossa mídia interna andava ruim. Novos desentendimentos que, com projetos diversos, chegaram ao choque. Feridas a fogo em corações harmônicos mostraram as dissonâncias. Sangram e ardem sem nunca curar a si mesmos, inevitáveis.
     Uns se foram, entristecidos; outros ficaram irredutíveis; há ainda quem não quis nada, só sonhando com seu objeto sempre distante nunca tão perto. E pensar que o problema todo veio não de um telefone, mas de um muro, que acordou a todos do mundo pink em que vivíamos.
     E como acontece freqüentemente quando muitos se reúnem com o mesmo propósito:
     – Todos somos eu?
     – Não. Eu sou vários.
     Era uma vez uma banda de rock...
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