Um Certo Carro Azul
(Blue Car – EUA – 96min – 2002)
Grande drama americano que conta a história de uma adolescente de família decadente, que vê uma esperança de sucesso em sua vida em um concurso de poesia a ser realizado em outro Estado.
Impossível não comparar com Aos Treze, pelo tema dos insucessos na juventude que leva a uma degradação moral e psicológica.
Apesar da aparente comparação, Um Certo Carro Azul é mais profundo exatamente por não tentar ser inquietante. A dor fica mais no íntimo do espectador do que na superficialidade expressa em Aos Treze. Outra distinção fundamental é de que tanto em Aos Treze quanto em Kids as personagens são responsáveis pela degradação a que se submetem; em Um Certo Carro Azul a personagem principal é submetida ao mesmo mundo voraz de realismo cruel, mas não por atos seus. A não-culpabilidade de Meg frente à dureza de seu mundo torna sua história mais sofrida e mais marcante.
A trilha sonora é bem mais leve que o rock distorcido de Aos Treze, e por ser mais instrumental dá um tom maior de instabilidade e incertezas. Enquanto a câmera de Katherine Hardwick tenta passar inquietude sendo inquieta, a de Karen Moncrieff, diretora de Um Certo Carro Azul, transmite a inquietude sendo comportada, só utilizando com certa regularidade planos de busto dos atores, melhor escolha que os closes faciais fechados do filme anteriormente analisado.
Em geral, Aos Treze é marcante pelo que mostra, Um Certo Carro Azul nos fixa na memória pelo que provoca, é uma fita sobre dificuldades, oportunidades, mas principalmente de amadurecimento de uma adolescente rodeada de infelicidades.
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