quarta-feira, 2 de março de 2005

Pasta "Diversos"

Ixi, tanto que não escrevo...

No niver da Nati, há três semanas, fomos comer comida japonesa junto com a família dela. Komê Sushi, é o nome do lugar. Muito legal, lá. E o melhor é o preço do rozídio: de segunda e terça, "só" R$23. Dá pra comer até não aguentar mais. Ótima pedida. O problema é a localização, que, apesar de ser na V. Madalena, parece ser longe da possibilidade da passagem de uma linha de ônibus por ali... (E, cá entre nós, a Vila Madalena não foi feita pra quem anda de ônibus, né?)

Mas o ambiente é gostoso. Tem uns tatames na parte de cima (só pra não-fumantes) e umas mesinhas na parte de baixo, de onde dá pra ver os arredores boêmios da vila mais famosa da cidade. Gostei. Pretendo voltar quando tiver grana suficiente pra isso...

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O preço de ser diferente

Depois de uma sessão de cinema no Bristol, fui com a sempre companheira Nati ao Bob's da Paulista. Fizemos nossos pedidos e fomos com a bandeja para a parte externa, lá atrás da lanchonete. Sentamos para apreciar a comida. Não demorou muito um rapaz vestido com o uniforme do Bob's e com ar de certa apreensão, como quem tenta pedir um conselho a um desconhecido, se aproximou:

- Oi, você poderia... é que... você tem uma caneta...? É rapidinho, só vou fazer um... uma coisinha, já devolvo, fica sossegado...

Ele tinha uma expressão entre medo e deslumbre, mistura bastante inusitada que lhe conferia um aspecto aéreo, lunático até. Emprestei-lhe uma caneta.

- Já... já te devolvo.

Levou minha caneta me deixando levemente intrigado. Fomos comendo sem comentar nada a respeito. Dez minutos depois, ele retorna com minha caneta e um guardanapo de papel.

- Olha, eu to fazendo isso, mas não ficou muito bom... Ainda preciso melhorar um pouco. Tudo bem se eu ficar com a caneta um pouco mais?

O que ele me mostrava era um escrito "Jackie e Diego" com alguns adornos.

- To fazendo pra minha mina - seu ar lunático se intensificava com o sorriso - acho que ela vai curtir. Tá ficando legal?

Concordei. Estava realmente bonito, bem ornado.

- Já me pegaram aqui desenhando e não gostaram. Até já tomei advertência por ficar desenhando. Eles dizem que não tô trabalhando, essas coisas. Mas tá ficando legal, né?

- Tá, sim. Sem pressa. Usa a caneta o quanto quiser, cara.

Ele agradeceu e ficou num balcão próximo, abaixado desenhando. Ao sairmos, passando pelos banheiros, ele me mostrou o papel. Parecia outro, muito mais bonito.

- Pior que não vai ser nem eu que vou dar pra ela. Vou usar minha irmãzinha pra levar pra ela na hora do recreio... - ele fez um semblante doce, infantil - Vai ser tão bonitinho...

Só então percebi. Minhas impressões estavam erradas. Ele era só um cara apaixonado com uma mente criativa.

Ele me devolveu a caneta, agradecendo. Tomei-a de volta e fomos saindo da loja pelo corredor. Em direção contrária à nossa, com um rosto de austeridade, o gerente da lanchonete se encaminhava para o fundo da loja...